Ambos trabalham com a Saúde Mental, mas a formação acadêmica é diferente. O psicólogo cursa Psicologia e o psiquiatra primeiro cursa Medicina para depois se especializar em Psiquiatria.
Portanto, a abordagem de tratamento é diferente. O psicólogo promove um espaço psicoterapêutico de diálogo que contribui na elaboração de conteúdos psíquicos, com encontros que exigem uma regularidade mais próxima.
Enquanto isso, o psiquiatra através das consultas médicas promove um espaço de escuta das angústias e dificuldades comportamentais, avaliando a necessidade da prescrição de medicações, investigações clínicas ou orientações em psicoeducação.
Ambos podem trabalhar em parceria com o mesmo paciente, com o objetivo de aliviar o sofrimento emocional. Esse cenário tem potencial para melhores resultados.
Mas se você não sabe qual profissional procurar primeiro, não se preocupe. Ambos são capacitados a entender sua demanda e fazer o devido encaminhamento, se necessário. Ou seja: o psiquiatra pode encaminhar para o psicólogo ou o psicólogo encaminhar para o psiquiatra.
Uma situação de urgência tem a característica de não ter hora ou lugar para acontecer. Muitas vezes é vivenciada como uma paralisação de um momento, inclusive com manifestações físicas da angústia. Outras vezes o sentido da vida é abalado e há a sensação de que o presente se congela e o futuro fica vazio e incerto. As certezas já não são mais suficientes e nesta hora se faz necessário um pedido de ajuda profissional.
Desta forma a procura por ajuda de um profissional da área de saúde mental deve acontecer ao reconhecer que há a dificuldade de lidar com situações de sofrimento. Quando as alterações de comportamento e das emoções que permanecem por períodos prolongados ou são recorrentes ao longo da vida e capazes de trazer prejuízos na sua rotina precisam ser investigadas.
Ao reconhecer que há a dificuldade de lidar com situações de sofrimento decorrente das várias fases da vida, dentre elas, as que ocorrem na adolescência, no casamento, nascimento/crescimento dos filhos, questões associadas ao envelhecimento, luto. Existem também aquelas situações que ocorrem de forma inesperada, como mudança de emprego ou mesmo de cidade, doenças, separações, perdas financeiras que podem levar a procura de ajuda especializada. A pessoa, nestes momentos, sente angústias geralmente relacionadas aos recursos internos que desenvolveu para lidar com tais situações de sofrimento. Pode por exemplo, sentir-se invadida pelo problema, desamparada, paralisada, sem condições de pensar e sem perspectivas, se vê sem saída.
Para além do cuidado nos momentos de crise, essencialmente, o processo terapêutico contribui para que cada um consiga formular questões sobre si mesmo diante daquilo que lhe acontece. Abre espaço para pensar sobre as formas com que cada um constrói as relações com os outros, seja no contexto familiar, social, profissional, bem como a maneira como se posiciona subjetivamente diante delas. A psicoterapia psicanalítica possibilita perceber repetições de determinados conflitos e dificuldades, considerando-se o sujeito do inconsciente inserido em um ambiente e em relações intersubjetivas. Aquilo que não queremos lidar, acabamos repetindo.
As alterações de comportamento e das emoções que permanecem por períodos prolongados ou são recorrentes ao longo da vida e capazes de trazer prejuízos na sua rotina precisam ser investigadas.
São queixas comuns as alterações de humor ou ânimo, baixa auto-estima, preocupações ou medos excessivos, alterações de sono ou apetite que acompanham outras mudanças emocionais, esquecimentos e falta de concentração, irritação, isolamento, pensamentos recorrentes que geram muita angústia.
A percepção de que algo não vai bem pode vir da própria pessoa, que se incomoda com mudanças na forma de sentir, pensar ou se comportar. Outras vezes a família ou amigos notam que essas alterações estão sendo prejudiciais.