E o tornar-se adulto?

E o tornar-se adulto?

Todas as pessoas crescem, tornam-se adultos, envelhecem. Isso é certo! Mas para que o amadurecimento psíquico aconteça, dentre outros aspectos, é necessário ter a percepção do passar do tempo e, talvez o mais importante, é a noção de que algumas situações não voltam, elas simplesmente acabam. Uma destas fases do amadurecimento é a chamada adolescência. Um fenômeno contemporâneo onde as necessidades e exigências são específicas e vem se modificando muito rapidamente.

Já foram identificadas várias gerações com diferenças que vão além da nomenclatura (baby boomers, geração X, geração Y, geração Z) com características próprias, tanto sociais, quanto culturais e socioeconômicas, ou seja, cada uma com um jeito quase personalizado de ser. Os adolescentes de ontem, de hoje e provavelmente os de amanhã tem em comum a necessidade de viver em um processo de luto para tornar-se adulto. Para que esta transformação ocorra o jovem adulto vai investindo em seus projetos futuros e desinvestindo as formas infantis de viver. O que nem sempre se dá de forma tranquila!

Várias situações envolvem este tal “adultecer”, como refere-se José Outeiral, desde as diferenças entre as gerações, as mudanças físicas, emocionais, a autonomia, a (s) dependência (s), as escolhas, os excessos ou muitas vezes o embotamento comum desta fase.

Ouvimos por diversas vezes muitos pais dizerem que seus filhos estão entrando na fase da ‘aborrescência”, o que mostra que este momento da vida é reconhecido pelos conflitos individuais e familiares. Mas, e a saída da adolescência? E o tornar-se adulto? Será que é tão fácil assim? O que define o adulto de hoje? Este momento do sair da adolescência é muitas vezes vivenciado através de uma crise. Tornar-se adulto pode ser inevitável e não há garantias de um processo fácil e rápido.

O “adultecer” acontece desde que existam condições internas e externas para tal. Algumas situações se acomodam com o passar do tempo, é verdade. Mas, vale também pensar que a metáfora “antes de casar sara” está cada vez mais em desuso. Será que é pura coincidência?

Em breve mais reflexões sobre este momento da vida!!

Fonte: Vanessa T. Calderelli Winkler CRP: 06/68700

Vanessa T. Calderelli

Psicóloga clínica de orientação psicanalítica. Atendimento a jovens adultos e adultos. Casais e famílias.

Atendimento online e presencial.