O estica e puxa do desenvolvimento infantil

O estica e puxa do desenvolvimento infantil

As crianças passam por diversas fases durante seu desenvolvimento emocional, sendo natural apresentarem dificuldades em alguns momentos nesse processo longo e complexo, pois ainda são seres imaturos que dependem de outras pessoas para sobreviverem e se humanizarem.

Para que uma criança se torne um adulto maduro e capaz de desenvolver sua subjetividade pessoal de existir no mundo, ela precisará de um longo período de sustentação ambiental, ou seja, dos vínculos de cuidado e afeto para conhecer a si mesma e ao outro.

Nossa cultura nos faz exigências de produtividade e desempenho desde a infância, compara as habilidades e força adaptações, atravessando o processo do amadurecimento emocional natural e, frequentemente, prejudica o desenvolvimento da subjetividade de nossas crianças. 

É sabido que adaptações às leis e algumas normas são importantes e fundamentais para o convívio em sociedade, mas a busca exagerada por notas escolares e padrões de comportamento, por exemplo, é altamente prejudicial a saúde mental e vai na contramão da construção de uma sociedade mais madura, consciente e responsável com o coletivo.

É nesse sentido que entendemos os sintomas das crianças como pedidos de ajuda, sinais valiosos que nos orientam para tentarmos dar escuta ao verdadeiro sofrimento pelo qual está passando cada criança.

Os sintomas que levam os pais, cuidadores ou responsáveis a procurarem ajuda de profissionais na área de saúde mental variam muito, como: dificuldades relacionadas ao sono, comportamentos agressivos, distúrbios de alimentação, enurese noturna, dificuldade no processo de ensino-aprendizagem, dentre outros.

É fundamental reconhecermos que o sintoma, ainda que traga sofrimento, é um aspecto saudável da personalidade do indivíduo, pois inconscientemente a criança preserva a esperança em ser escutada naquilo que ainda não consegue manifestar como um pedido de ajuda verbal.

Na clínica, os pais/responsáveis são recebidos e escutados em suas queixas e, a criança, através da técnica lúdica do brincar pode mostrar suas necessidades e ansiedades fundamentais.

Entretanto, nem sempre é a criança que precisará ser atendida pelo profissional, ela pode estar sendo porta-voz do sintoma e do sofrimento familiar. Sendo assim, antes de ser tomada como paciente, haverá a necessidade de uma cautelosa escuta do seu histórico e do contexto no qual está inserida.

Daniele M. Gimenez

Atendimento a crianças, adolescentes e adultos. Psicodiagnóstico infantil e orientação aos pais.

Atendimento online e presencial.