Medo de remédio

Medo de remédio

O medo de tomar remédio psiquiátrico. Essa é uma questão central para o início de um acompanhamento com psiquiatra.

Muitas pessoas chegam na primeira consulta com muita resistência e medo de sair dali “entupido de remédios que viciam e dopam”. Para o psiquiatra, desmistificar o uso dos psicotrópicos e acolher esses medos faz parte do tratamento. Afinal, construir vínculo é um passo importante da relação médico-paciente e, por consequência, o manejo também das medicações.

As preocupações mais comuns são:

  • “são remédios de louco”
  • “precisa tomar para o resto da vida”
  • “vão mudar a sua personalidade”
  • “viciam”
  • “vão dopar”
  • “vão tirar os sentimentos”
  • “o remédio é um tipo de droga”

O pior problema desse estigma, infelizmente, é que muita gente busca vários profissionais de outras especialidades postergando o tempo de iniciar o tratamento correto, geralmente chegam para uma primeira avaliação quando os sintomas já estão mais intensos e prejudicando muito sua rotina e bem-estar ou simplesmente deixam de procurar ajuda. 

No entanto, hoje há remédios modernos amplamente utilizados sem prejudicar sua rotina. O profissional capacitado vai prescrever com critério, a partir de avaliação detalhada e individualizada. Cada caso deve manter seguimento para avaliar as respostas clínicas,  da mesma forma como acontece nas outras especialidades médicas. Costuma-se usar a menor quantidade de medicação, com ajuste gradual até uma dose ideal para cada paciente, conforme a intensidade dos sintomas ou mesmo sensibilidade a possíveis efeitos colaterais

É importante ter em mente que medicação pode ser apenas uma etapa do tratamento. Por isso é fundamental alinhar as expectativas junto ao seu médico visto que algumas melhoras serão proporcionadas pela medicação, porém algumas vão exigir  associação com psicoterapia, mudança dos fatores desencadeantes e estilo de vida.

Dra. Aline C. Braga

Atendimento de crianças, adolescentes e adultos.

Atendimento online e presencial.