Saúde Mental na Escola

Saúde Mental na Escola

Cerca de 10 a 20 % das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de transtorno mental. Considerando que elas passam boa parte da sua vida no ambiente escolar, nada mais lúcido que o despertar para a compreensão desses transtornos. O que muda?

Sabemos que o caminho ainda é longo no processo de capacitação de gestores e educadores para o acesso a informações mais especializadas e orientações quanto aos diferentes comportamentos. Mas a medida que tentamos minimizar esse olhar distorcido sobre essas crianças elas deixam de ser apenas um “hiperativo”, “autista”, “agressivo”, “esquizofrênico” e podem ser acolhidos em suas necessidades reais de se adaptarem a um ritmo escolar que ,ainda hoje , tende a ser padronizado.

É na possibilidade de serem incluídos nesse contexto social que o trabalho de desenvolver habilidades e minimizar dificuldades pode transformar um ambiente rico em experiências compartilhadas. Colegas serão capazes de lidar com as diferenças e terão oportunidade, também, de olhar para si mesmas. Promover junto com educadores a compreensão de suas características, o que é comum e o que não é abre espaço para reflexões.

É interessante lembrar que muitos comportamentos são realmente difíceis de lidar e exigem tratamento diferenciado por parte do professor com um manejo que,muitas vezes, envolve toda a classe. Os mais agitados, que interrompem a aula, atrapalham colegas e não lidam bem com as regras costumam ser alvo das discussões. No entanto, crianças caladas, retraídas, muito inseguras ou de pouca interação social também precisam de especial atenção pois podem estar sofrendo com um quadro depressivo, ansiedade ou algo que precisa ser melhor esclarecido como algum tipo de problema familiar.

É inevitável pensar o papel fundamental que a escola tem na vida dessas crianças quando levamos em conta que o conceito saúde x doença extrapola a ideia reducionista de apenas um componente biológico mas inclui também fatores psicológicos, sociais e culturais. Nesse cenário, precisamos revisar o que pode estar por trás de tantos prejuízos acadêmicos como o baixo rendimento pedagógico, evasão escolar e problemas comportamentais no ambiente escolar. É preciso reconhecer que ao se apropriar dessa função de acompanhar o desenvolvimento cognitivo e emocional que estão estritamente ligados à aprendizagem, também se tornam grandes contribuintes para a identificação precoce de comportamentos difíceis ou prejudiciais de patologias que ainda não se instalaram.

Dra. Aline C. Braga

Atendimento de crianças, adolescentes e adultos.

Atendimento online e presencial.